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Novas realidades e adaptações no meio de seguros: Pix e Home Office

Data de publicação: 27 de abril de 2022. Categoria: Seguro

O mundo dos seguros é bem mais diversificado do que a maioria das pessoas tem conhecimento.

Além dos seguros comuns, como de vida, para automóveis, acidentes pessoais, para viagem, residencial, patrimonial e muitos mais, há seguros que, à vista de alguém fora da área, são vistos como inusitados e, muitas vezes até, como descabidos. Podemos citar aqui casos famosos, com o de Claudia Raia, Mariah Carrey e David Beckham, que fizeram apólices de suas pernas (essa é uma modalidade recheada de famosos e atletas). Jennifer Lopez e Carla Perez que asseguraram o bumbum, esta última não renovou mais o seguro. E Julia Roberts e America Ferrera, que garantiram a segurança de seus sorrisos com apólices milionárias.

O seguro é um contrato entre pessoa física ou jurídica e uma seguradora. Esta última assume o risco de determinado sinistro (como um acidente ou outro tipo de prejuízo material) ocorra. Afinal, a morte de um provedor(a) do lar, um carro que tenha sido roubado ou saído muito danificado de um acidente de trânsito, um extravio de bagagens durante uma viagem, ou um acidente em campo com sequelas graves para um jogador de futebol, tem grandes impactos, de emocionais a financeiros. Assim, muitos recorrem a seguros, com a intenção de atenuar tais perdas. Ao menos, no que tange à parte material.

E, conforme novas realidades surgem na sociedade, e com elas novos riscos, modalidades de seguro nascem para reduzir os impactos de imprevistos que possam afetar àqueles que estejam envolvidos.

Com base nesse contexto de novas realidades, de pandemia, de isolamento social e de trabalho remoto, que novos seguros foram criados e têm ganhado relativa importância no mercado. São os seguros para Pix e para Home Office.

A começar pelo Pix, modalidade de pagamento instantâneo eletrônico, criado pelo Banco Central do Brasil em 2020, veio com intuito de tornar as transações financeiras mais rápidas, menos limitadas a horários e dias e sem custos de taxas adicionais (neste último caso, apenas para pessoa física). O advento desta nova modalidade de pagamento/recebimento de valores foi amplamente aderido pelo brasileiro, não só pelos atrativos anteriormente mencionados, mas também pelas novas necessidades impostas pela pandemia do vírus Covid – 19 em 2020, que ainda tem perdurado, e que trouxe a necessidade de evitar aglomerações (entre outras medidas sanitárias), fazendo com que se utilizasse mais os serviços de delivery na compra de alimentos e demais bens, nos pagamentos de contas e depósitos bancários. Tudo no Pix é muito prático. A transação é feita pelo aplicativo do banco no celular, sendo necessário apenas ter em mãos a chave Pix da pessoa física ou jurídica para que, então, seja transferido o valor. Bem diferente dos conhecidos DOC, TED e TEF. Que, além de requererem uma quantidade maior de informações, têm cobranças de taxas para todos os tipos de pessoa (física e jurídica) e são limitados a determinados dias e horários para transferência ou recebimento de valores.

Toda essa facilidade à mão dos brasileiros, trouxe benefícios, mas infelizmente, também riscos surgiram, quando criminosos perceberam uma nova oportunidade de extorquir grandes valores de maneira instantânea de suas vítimas. Certas medidas até foram criadas, por parte do Banco Central e demais instituições financeiras, para reduzir os prejuízos relativos a sequestro relâmpago, por exemplo, impondo valores limite em transações realizadas em horário noturno.

Contudo, limitar valores de transações noturnas não dirime as possibilidades de ações criminosas em um todo. Visto que, o dinheiro extorquido é perdido, e sequestros-relâmpago também podem ocorrer em horários diferentes do dia, em que o limite do Pix pode chegar à dezenas de milhares e além, a depender do saldo em conta e a depender dos critérios utilizados pela instituição bancária da vítima.

Assim, bancos e instituições financeiras virtuais têm oferecido um novo modelo de seguro, que cubra este novo risco a que está exposto o usuário da ferramenta Pix. A cobertura por agora é apenas para casos de sequestro. E a indenização depende de comprovação por parte da vítima, através de boletim de ocorrência. Infelizmente, fraudes e golpes, embora ocorram com relativa frequência, ainda não se encontram cobertos por nenhum dos seguros existentes no mercado. Ainda assim, o aparecimento do seguro para transferências via Pix em casos extremos de coação e restrição de liberdade traz para o segurado ao menos compensação financeira daquilo que o criminoso tenha roubado.

Entre os bancos e instituições financeiras virtuais que já oferecem este tipo de seguro estão o Santander, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Nubank, PicPay, Mercado Pago…, uma lista crescente. Muitos deles já ofereciam seguros para outras transações que também podem ser feitas via aplicativo, com DOC, TED e TEF, realizando agora a cobertura da modalidade Pix. Os valores dos seguros podem variar de R$ 2,90 (Itaú Unibanco) à R$ 24,99, com coberturas de R$ 3 mil até R$ 50 mil reais.

Acompanhando o perfil do mercado de seguros para Pix, que acabou por se unir a outros seguros para transações financeiras virtuais já existentes, os seguros ofertados para Home Office são, em geral, opções que têm sido adicionadas para quem deseja adquirir um seguro residencial. A proposta é a mesma, proteger os bens de uma residência da possibilidade de acidentes como incêndios, inundações provocadas por chuva e danos provocados por roubos e furtos ao imóvel. Logo, é possível hoje garantir que bens e aparelhos utilizados em trabalho Home Office estejam assegurados como já ocorria com seguros para residência ou comércio.

A demanda por seguros residenciais, então, cresceu significativamente nos últimos dois anos. Impulsionada, principalmente, pelo formato de trabalho remoto, o conhecido Home Office. Muitos que não se sentiam preocupados com danos aos bens do lar, ficaram mais apreensivos ao passarem a ter seus escritórios dentro de casa, levando-os a buscar garantias contra riscos de eventuais riscos contra seu patrimônio e até mesmo contra o patrimônio da empresa que, em alguns casos, fica alocado na casa do empregado em trabalho remoto. Portanto, o que, em parte, era coberto por um seguro residencial, fica agora especificado para determinados bens e ocorrências.

Até o momento, a maioria das seguradoras que fornecem seguro específico para Home Office, o têm oferecido em conjunto com seguro residencial, como Bradesco Seguros e Porto Seguro. Os valores de contrato são definidos após cotação feita com a seguradora. Já It’sSeg, em parceria com a corretora Kovr, até o momento foi a única encontrada que oferece seguro específico para Home Office, com ressalvas, visto que esse contrato é de fato apenas para cobertura relacionada ao Home Office. E que não é possível de contratar individualmente, mas sim com empresas, observando um mínimo de 50  funcionários participantes no seguro, que custa a partir de R$ 1.000,00 reais.

Assim, com esses dois casos é possível ver que o mundo dos seguros, bem como a sociedade, vem em constante adaptação. Sempre com o intuito de reduzir riscos e trazer mais segurança a atividades cotidianas.

 

 

 

Referências

https://banco.bradesco/html/classic/novo-educacao-financeira/seguros/template_ComoFuncionamSeguros.shtm

https://www.cora.com.br/blog/taxa-do-pix-pj/

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/04/veja-como-funcionam-os-novos-seguros-para-pix-e-home-office.shtml

https://seucreditodigital.com.br/seguro-pix-bancos-oferecem-indenizacao-de-ate-r-30-mil/

https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/instituicoes-financeiras-criam-seguro-que-indeniza-em-casos-de-golpes-com-pix-veja-como-funciona/

http://www.revistaqualimovel.com.br/noticias/home-office-impulsiona-aumento-na-procura-por-seguro-residencial

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